Que características terá que ter um trigo e a sêmola que origina, para se transformar numa massa apreciada pelos consumidores?

Enquanto os trigos moles são mais usados para a indústria da moagem e panificação, os trigos duros são usados essencialmente para a produção de sêmolas e massas alimentícias.

No entanto, a cultura dos trigos duros tem tido um declínio drástico nos últimos anos devido a vários fatores:

  • instabilidade da duração, frequência e intensidade dos stresses abióticos (hídricos e térmicos);
  • irregularidade interanual na produção;
  • qualidade deste tipo de trigo na região mediterrânica;

que poderão conduzir ao abandono desta cultura, com importantes consequências sociais, económicas e ambientais.

 

É urgente, apostar-se num produto de qualidade superior, que se diferencie pelas suas características e cumpra sempre as especificações da indústria.

 

Nesse sentido, com o objetivo de promoção da inovação no setor agrícola nacional no quadro da Parceria Europeia para a Inovação (PEI) para a produtividade e sustentabilidade agrícola, foram criados alguns Grupos Operacionais (GO) que:

  • são parcerias constituídas por entidades de natureza pública ou privada que se propõem desenvolver um plano de ação visando a inovação no setor agrícola;
  • em cooperação, desenvolvem esforços para realizar projetos de inovação que respondam a problemas concretos ou oportunidades que se coloquem à produção;
  • contribuam para atingir os objetivos e prioridades do Desenvolvimento Rural, nas áreas temáticas consideradas prioritárias pelo setor tendo em vista a produtividade e sustentabilidade agrícolas.

Tendo em conta este contexto e reconhecendo a função que este cereal desempenha na agricultura portuguesa e que deverá ser preservada, surgiu o GO que se vai dedicar ao estudo da “Valorização de trigo duro de qualidade superior para o fabrico de massas alimentícias”.

Deste Grupo Operacional, cujo objetivo principal é resolver de forma integrada os problemas da produção, orientando as soluções encontradas para o mercado nacional, fazem parte as seguintes entidades:

INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária;

IPBeja/ESA – Instituto Politécnico de Beja/Escola Superior Agrária

FCT/UNL – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

ANPOC – Associação Nacional de Produtores de Cereais;

CEREALIS – Produtos Alimentares S.A.

CERSUL – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, S.A.

COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio

Sociedade Agrícola da Herdade de Torre de Curvo, Lda.

Mercoguadiana

EspiralPixel, Unip. Lda.

uma vez que se afigura de vital importância, a cooperação entre os vários setores – investigação, produção e indústria.

 

De forma mais específica, este Grupo de trabalho, vai orientar as suas ações no sentido de:

  • Selecionar – variedades de trigo duro de excelente qualidade, que sejam reconhecidas pela indústria;
  • Identificar – as melhores opções agronómicas visando a otimização das produções e do valor de utilização das sementes, mas potenciando, de forma sustentada, os fatores de produção, nomeadamente água e azoto;
  • Testar – os fatores que contribuem para o teor elevado em cinzas nos trigos duros produzidos em Portugal (variedade, solo e adubação);
  • Controlar – as principais doenças que afetam esta espécie.

 

Com estes estudos, pretendem disponibilizar aos agricultores e/ou às suas associações, a informação técnica necessária para que possam produzir a médio prazo:

  • com um menor número de variedades de trigo duro, mas fornecendo à indústria lotes homogêneos e de elevada qualidade;
  • aumentar áreas e produções, substituindo as importações por produção nacional;

de modo a reforçar-se a fileira produtiva.

Agora que já sabe um pouco mais sobre a produção de massas alimentícias, opte pelos produtos nacionais.

Incentive a agricultura portuguesa!

Pode acompanhar-nos em https://www.valorizacaotrigoduro.pt